Nesta quinta-feira (2), cerca de 2,5 mil pessoas participaram da solene celebração das Exéquias de Dom Antonio, às 9h, na Catedral Metropolitana Nossa Senhora Auxiliadora, em Goiânia. A missa foi presidida pelo arcebispo Dom Washington e concelebrada pelos bispos auxiliares, Dom Levi e Dom Moacir, e por vários bispos do Regional Centro-Oeste (Goiás e Distrito Federal) e de outros regionais da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), além do Clero Arquidiocesano e Religioso e de outras dioceses.
Dom Washington dedicou sua homilia a agradecer pela unidade que Dom Antonio tanto semeou e pela pastoral engajada que ele disseminou durante os 16 anos em que esteve à frente da Arquidiocese. “Agradecemos seu empenho pelo esforço e grande amor a Jesus e à Igreja. Durante seu ministério enfrentou imensos desafios sociais e pastorais, por isso seu pastoreio foi profético nas duras realidades das periferias de Goiânia e das cidades do interior. Enquanto ainda ressoam os festejos da comemoração dos 90 anos de Dom Antonio, nos convocam para esta celebração eucarística, mistério de amor do nosso querido irmão. Nosso coração sofre, de certa forma, pela falta da sua aparência física, mas a fé projeta sobre nossa dor a luz serena da salvação”, afirmou. Dom Washington pediu que nenhum cristão veja a morte como uma parede intransponível, mas como um horizonte de esperança”.
Às 10h50, os sinos da Catedral badalaram intermitentemente anunciando a encomendação do corpo de Dom Antonio. Logo após esse rito, os bispos, padres, diáconos e seminaristas saíram em procissão ao redor da Praça Dom Emanuel para em seguida acontecer o sepultamento na cripta da Catedral, ao lado do único arcebispo de Goiás, Dom Emanuel Gomes de Oliveira, e do primeiro arcebispo de Goiânia, Dom Fernando Gomes dos Santos, aos pés de Nossa Senhora Auxiliadora. Ao todo foram celebradas nove missas, entre os dias 28 de fevereiro e 2 de março. Passaram pela Catedral, durante esses dias, cerca de 15 mil pessoas.
Em agenda de trabalho na Arábia Saudita, o governador de Goiás, Marconi Perillo, e a primeira-dama, Valéria Perillo, enviaram mensagem de pesar, que foi lida, logo após a missa, pelo secretário de governo, Tayrone di Martino. No texto, eles expressaram que Dom Antonio foi um conselheiro da família em todas as horas e lamentaram não estarem presentes nas homenagens finais dedicadas a ele.
Para o presidente do Regional Centro-Oeste da CNBB, Dom Messias dos Reis Silveira, a despedida de Dom Antonio não foi um adeus porque ele continuará dando bons frutos pelo legado que plantou com a vida dedicada aos projetos de Deus. “Hoje é dia de colocar a semente na terra. Jesus disse, que se o grão trigo não cair na terra e não morrer, ele permanecerá só um grão de trigo, mas se morrer produzirá muitos frutos. Como Dom Antonio termina a sua vida, ele desaparece do nosso meio, mas os frutos continuarão a aparecer. Ele evangelizou muito durante sua vida, mas continuará também evangelizando após a morte através das suas obras e pelas palavras e mensagens que ele deixou entre nós”.
Seu sucessor na Diocese de Ipameri (GO), Dom Guilherme Antônio Werlang, presidiu uma das missas de corpo presente, no dia 2 de março. Entrevistado, ele disse que aquela Igreja particular da qual Dom Antonio foi bispo diocesano por dez anos (1976-1986) tem um sentimento duplo pela passagem do irmão no episcopado. “É um sentimento difícil de expressar. De um modo, sentimos a dor, o vazio, a perda, porque ele irá fazer falta para todos nós. De outro, é um louvor a Deus, uma ação de graças por tudo aquilo que Dom Antonio viveu, testemunhou com sua fé autêntica e por tudo que fez em defesa dos mais pobres”, disse.
Homenagens
O Santo Padre, por meio de telegrama enviado pelo secretário de Estado do Vaticano, cardeal Pietro Parolin, concedeu sua bênção apostólica a todos os que participaram das celebrações das exéquias de Dom Antonio. Ele ainda exprimiu sentidas condolências e a quantos se beneficiaram do pastoreio do arcebispo emérito. O núncio apostólico, Dom Giovani d’Aniello também enviou telegrama manifestando sentimentos de fraterna estima e consideração no Senhor. Em nota, a CNBB lembrou o longo itinerário de vida e de serviço de Dom Antonio a serviço da Igreja, de modo especial ao participar da quarta seção do Concílio Vaticano II e do seu “extenso projeto pastoral de grande alcance social”. A Conferência dos Religiosos do Brasil (CRB), Regional Goiânia, também enviou mensagem em que expressa sentimentos pelo falecimento do arcebispo emérito. “Para nós, a partida de Dom Antonio significa uma grande perda, porém temos a certeza de que ele cumpriu com fidelidade e profecia a missão de pastor que Deus lhe confiou e, agora, goza da feliz Ressurreição na Casa do Pai”, diz um trecho. A Comissão Pastoral da Terra (CPT) lembrou que o emérito foi um firme e fiel apoiador das ações desta comissão desde a sua criação, além de ter sido “um grande promotor e animador das Comunidades Eclesiais de Base (CEBs)”. O arcebispo emérito de Campo Grande (MS), Dom Vitório Pavanello, também enviou carta de pesar pelo falecimento, lembrando que Dom Antonio sempre se preocupou com mais pobres. O bispo de Patos de Minas (MG), Dom Claudio Nori Sturm, que pregou o retiro do Clero da Arquidiocese de Goiânia, nos dias 20 a 24 de fevereiro, enviou mensagem em que manifesta seus sentimentos pela passagem do nosso arcebispo emérito.
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Fotos: Rudger Remígio
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