Francisco: a vida não termina na pedra de um sepulcro. Vai além

 

Nesta Semana Santa, o papa acolheu milhares de peregrinos, na Praça São Pedro, para a Audiência Geral desta quarta-feira, 1º. Francisco dedicou sua catequese ao Tríduo Pascal, que tem início na Quinta-Feira Santa com a Santa Missa da Ceia do Senhor.

O Evangelho desta celebração, com o rito do lava-pés, expressa o significado da Eucaristia como serviço a Deus e aos irmãos: o Filho do homem, de fato, não veio para ser servido, mas para servir. “Se não nos aproximamos da santa Comunhão sem estar sinceramente dispostos a lavar os pés uns dos outros, não reconhecemos o Corpo do Senhor”, disse o papa.

Adoração da Cruz

Já na liturgia da Sexta-feira Santa, meditamos o mistério da morte de Cristo e adoramos a Cruz. Nos últimos instantes de vida, Jesus disse: “Está consumado!”. Isso significa que a obra de salvação foi realizada, explicou o papa. Com o seu sacrifício, Jesus transformou a maior injustiça em amor maior.

No decorrer dos séculos, homens e mulheres refletiram um raio deste amor perfeito, pleno e puro, acrescentou Francisco, citando como exemplo o “testemunho heroico” do sacerdote italiano Andrea Santoro, assassinado na Turquia em 2006. Também hoje, disse ele, há tantos homens e mulheres que são verdadeiros mártires que oferecem sua vida com Jesus para professar a fé.

“É um serviço, o serviço do testemunho cristão até o sangue. Serviço que nos fez Cristo. Este é o significado da expressão ‘está consumado’. Que belo será que todos nós, no final de nossa vida, com nossos erros, nossos pecados, com nossas boas obras, com nosso amor ao próximo, possamos dizer ao Pai: ‘Está consumado’. Certamente, não com a perfeição de Cristo, mas: “Senhor, fiz tudo o que pude”. Adorando a Cruz, olhando Jesus, pensemos no amor, no serviço, na nossa vida, nos mártires cristãos e nos fará bem pensar no final da nossa vida. Ninguém de nós sabe quando isso vai acontecer, mas podemos pedir a graça de poder dizer: Pai, fiz o que pude. Está consumado.”

Repouso de Cristo

O Sábado Santo é o dia em que a Igreja contempla o “repouso” de Cristo no túmulo depois do combate da cruz. Neste dia, a Igreja, mais uma vez, se identifica com Maria. Na escuridão que envolve a criação, Ela permanece só a manter a chama da fé acesa, esperando contra toda a esperança na Ressurreição de Cristo.

Além do sepulcro

Na grande Vigília Pascal, em que ressoa novamente o Aleluia, celebramos Cristo Ressuscitado. “Às vezes, disse o papa, a escuridão da noite parece envolver a alma e pensamos: “Tanto…já não há nada a fazer!” E o coração sente-se sem forças para amar. Mas justamente naquela escuridão, Cristo acende o fogo do amor de Deus: uma centelha rompe a obscuridade e anuncia um início. A pedra da dor é abatida, deixando espaço à esperança. Eis o grande mistério da Páscoa!”

Cristo venceu a morte e nós, com Ele, destacou Francisco. “Nossa vida não termina na pedra de um sepulcro, ela vai além, com a esperança. Como cristãos, somos chamados a ser sentinelas da manhã.”

O papa então exortou os fiéis: “Queridos irmãos e irmãs, nesses dias do Tríduo Sagrado, não nos limitemos a celebrar a paixão do Senhor, mas entremos no mistério, façamos nossos os seus sentimentos, as suas atitudes. Assim, a nossa será uma ‘feliz Páscoa’”.

Com Rádio Vaticano