Foi na Galileia que o Senhor se despediu de nós! Reunidos olhamos para o alto, e depois de olharmos até a exaustão os nossos corações doíam de saudade. Mas, de fato, Ele não era deste mundo, este mundo é que era dEle. Ele deveria voltar, mas não queríamos que Ele voltasse, mesmo assim ele se foi.
Elevando-se ao céu Ele nos deixou aqui. Foi só então que compreendemos a necessidade de continuar a obra iniciada. O discipulado dá um passo avante.
O Mestre deixou todo o necessário a nós, seus discípulos. Antes de voltar para o céu Ele soprou e nos deu o Espírito Santo, o Espírito de Deus.
O que nos tinha sido dado temporariamente, o Senhor nos deixou, agora, permanentemente. Foi prometido que Ele nos precederia e nos sustentaria, mas Ele mesmo ascendeu ao céu.
Assim, o discípulo foi enriquecido com a missão. Discipulado e missão se integraram de maneira definitiva. Não mais apenas discípulos, mas discípulos-missionários é o novo modo de ser no mundo. A partir daí, vencemos a saudade e fortalecemos a esperança. Por termos nos encontrado com Ele no passado, mantemos firme o propósito de encontrá-lo no futuro.
Enquanto isso, vamos testemunhando as promessas que Ele nos fez.
A paz e a alegria nunca mais nos deixaram. Foi Ele quem disse: a paz esteja convosco, e a paz habitou nossos corações. Somente porque recebemos a paz é que fomos capazes de deixa-lo partir. Mais tarde Ele prometeu que voltaria e vivemos, agora, esperando essa volta! É isso que nos mantem unidos.
A sua Ascenção mudou tudo. O carinho do Senhor mostrou o quanto a missão dependia de nós. A missão é a nossa vida. O discipulado foi qualificado na doação daquilo que recebemos. De graça recebeste, de graça deveis dar!
Vagando pelo mundo seguimos como pastores e rebanho. A todo momento os desafios se estabelecem, mas, no Senhor somos indestrutíveis. As dificuldades que se nos opõem sabem de não poder vencer, por isso tenta cooptar alguns dentre nós, mas nós somos sustentados pelo Espírito.
O espírito nos lembra, a todo momento, que não somos lobos, nem opositores de lobos, somos pastores e ovelhas.
Como ovelhas somos o grande rebanho do Senhor. A proteção encontrada quando estamos com Ele é suficiente.
Não temos medo ou desespero! O único cuidado que nos inspira atenção constante é a de não sucumbirmos à tentação do lobo. Não podemos ser lobos, porque lobos não têm pastor. O lobo resolve tudo em seu próprio proveito. E, nesse caso, o Senhor nos deixaria.
Esse medo, entretanto, não nos apavora, pois só pode ter origem no coração e do coração, com a Graça de Deus, cuidamos nós!
Dom Lindomar Rocha Mota
Bispo de São Luís de Montes Belos (GO)