A Comissão Regional de Diáconos (CRD) realizou nos dias 18 a 20 de agosto, na cidade de Goiás, seu Encontro Anual. Foram dias de estudo, oração, reflexão e fraternidade entre os diáconos e as esposas. O evento teve assessoria do Dom Antônio de Marcos Filho, bispo auxiliar de Brasília e referencial para os diáconos, e Dom Jeová Elias, bispo diocesano de Goiás.
Dom Antônio de Marcos fez quatro conferências ao grupo, a primeira delas sobre “Os desafios da missão do Diácono na família e na Igreja, nos dias de hoje”. Nesta conferência, ele apontou alguns desafios como a vivência exemplar de dois sacramentos: ordem e matrimônio. “Numa sociedade demagogicamente marcada pela paulatina e sistemática tentativa da destruição da família e de seus valores, o diácono é o homem que deve ser, além de exemplar ministro, um bom pai e marido, levando para dentro de seio familiar o testemunho da vivência do que celebra no altar”. Diante disso, contudo, o bispo afirmou que “a família do diácono permanente exerce de forma direta uma grande missão, ajudando-o no serviço ministerial compreendendo a missão e estendendo a mão no dia-a-dia, principalmente diante das dores e dificuldades que o ministério apresenta”.
Na segunda conferência “Redescobrir o chamado, a vocação e o ministério diaconal – a presença dos diáconos na história e missão da Igreja”, Dom Antônio de Marcos apontou à identidade teológica específica do diácono e de seu ministério, levantou um histórico, e apresentou as realidades pertinentes no que diz respeito à Tradição e ao Magistério. Conforme o bispo essas bases são fundamentais para a vivência da espiritualidade do diácono em nossos dias. Ele recordou, nesta conferência, que o diácono não é ministro ordenado para si, mas para o serviço à comunidade e para ajudar na construção de um mundo conforme o projeto de amor de Nosso Senhor.
“Filho, eis aí tua mãe – a importância de Maria Santíssima na vida e missão diaconal” foi a terceira conferência do bispo auxiliar de Brasília. Ele apresentou a devoção e a espiritualidade mariana como pontos centrais na vivência do ministério, apontando para a Eucaristia e para o serviço aos irmãos. Cabe aos diáconos, segundo Dom Antônio, como ministros da Palavra, se inspirarem em Nossa Senhora que meditava a Palavra de Deus e a guardava em seu coração. “A presença e a influência de Nossa Senhora na missão diaconal são de inestimável valor. Sua figura exemplar de serviço, compaixão, intercessão, amor maternal, fidelidade, humildade e devoção a Deus oferece um modelo e uma inspiração contínuos para os diáconos permanentes em sua vocação de servir a Deus e à humanidade”, destacou.
“Corações ardentes, pés a caminho”
Na quarta e última conferência do Dom Antônio de Marcos, ele apresentou um paralelo a partir da perspectiva e dos desafios do 3º Ano Vocacional da Igreja no Brasil, entre os discípulos de Emaús e os diáconos permanentes, destacando a beleza da jornada espiritual e do ministério de serviço. “Ambos os grupos respondem ao chamado de Nosso Senhor para caminhar ao seu lado, alimentando corações ardentes e pés a caminho, enquanto compartilham o amor e a esperança do Evangelho com o mundo. A partir disso, apresentaram-se 05 pontos para a melhor vivência do ministério, inspirado pelos discípulos de Emaús: A companhia de Cristo Jesus, o encontro transformador, a partilha da Palavra, o ministério do Serviço e a jornada de formação permanente”, concluiu.
Dom Jeová Elias ficou responsável por dois temas, um para as esposas e outro para os diáconos. Às esposas, ele discorreu por quase duas horas sobre o tema “Confiar e perseverar como Maria”. “Eu comecei minha fala sobre o texto de Lucas, episódio da anunciação a Maria e a partir desse texto eu levantei algumas perguntas para elas, já que o sim dos diáconos depende também do consentimento das esposas”, disse o bispo. Dom Jeová fez alguns questionamentos: como tem sido o sim das esposas, os desafios que elas enfrentam e como elas buscam imitar Maria na resposta ao chamado de Deus.
Com os diáconos, Dom Jeová tratou do tema “Ministério da caridade, dom maior”. Ele destacou a tríade do ministério diaconal: palavra, liturgia e caridade, com enfoque para a importância do ministério da caridade na vocação diaconal partindo dos documentos da Igreja: diretrizes do Vaticano, diretrizes gerais da ação evangelizadora da Igreja no Brasil e do Documento de Aparecida. Ao fim de sua fala, ele apresentou uma advertência do papa Francisco sobre o risco do clericalismo. “O diácono deve viver a sua vocação como povo de Deus não descuidando dessa dimensão da caridade, dos mais pobres como tem insistido o papa Francisco, que o diácono é um ministro da caridade que deve ter sempre a preocupação de servir conforme a essência do seu ministério, a própria estola diaconal recorda a toalha que Jesus lavou os pés dos apóstolos, é um símbolo forte para o ministério deles”.
O coordenador da Comissão Regional dos Diáconos (CRD) diácono Joaquim Cazé avaliou de modo positivo a realização do encontro. “Nosso encontro foi marcado pela simplicidade e alegria fraterna, os temas abordados pelos conferencistas nos ajudaram a redescobrir a nossa vocação específica pautada pelo chamado de Deus e discernida na família e na comunidade cristã. Aprendemos com a intercessão da Virgem Maria, exemplo perfeito de discípula que se pôs a caminho para servir. Gratidão ao nosso querido Dom Jeová e aos seus colaboradores. Vamos com ânimo e coragem, pés a caminho e com o coração ardente para semear as sementes do reino de Deus a todas as gentes”, disse o diácono.