Cristãos leigos são chamados à reconciliação: 15ª Romaria de Nossa Senhora da Salete, em Caldas Novas-Goiás

Em sintonia com o Ano Nacional do Laicato, a Diocese de Ipameri realizou no dia 23 de setembro, a 15ª Romaria Diocesana ao Santuário de Nossa Senhora da Salete, em Caldas Novas- Goiás. O tema da peregrinação foi “Salete, opção pelos leigos e leigas, por um mundo reconciliado”. O tríduo em preparação aconteceu nos dias 20 a 22. Nas primeiras horas da manhã do dia 23, os romeiros se concentraram na praça central da cidade – Paróquia Nossa Senhora das Dores – de onde saíram cantando e pedindo graças à Mãe da Salete.

Durante o percurso de 5 km, houve algumas paradas para oração, meditação e cantos. Foi um momento bonito de devoção, em que os romeiros expressaram, por meio do sacrifício, a sua fé. Às 10 horas, já no Santuário, a Santa Missa foi presidida pelo bispo de Itumbiara – Goiás, Dom Antônio Fernando Brochini,mss e concelebrada por vários presbíteros, entre eles o administrador diocesano de Ipameri, Pe. Orcalino Lopes da Silva; o reitor do Santuário, Pe. Adilson Schio,ms; o superior dos Missionários da Sagrada Família, Pe. Itacir Brasciani,msf; o superior dos Missionários Saletinos, Pe. Ildefonso Salvadego,ms, além de outros presbíteros do Clero Diocesano e convidados de dioceses vizinhas.

Dom Fernando Brochini,mss, deixou uma mensagem muito importante aos romeiros que participaram da celebração. Ele explicou que ser leigo, tema da romaria deste ano, diferente do que muitos pensam, não se trata daquele que desconhece algo. O leigo é parte do povo (laikós, em grego). Na Igreja, os leigos e leigas são o povo de Deus, “querido e amado de tal forma que o Senhor não duvidou nenhum instante de vir e assumir a pequenez da nossa natureza”, disse em sua homilia.

As lágrimas derramadas por Nossa Senhora em La Salette, na França, há 172 anos – conforme explicou Dom Fernando, expressam a angústia de uma mãe que vê o seu filho desprezado pela humanidade, mas também deve nos levar a sentir o que os dois pastorzinhos: Melânia e Maximino, experimentaram naquele dia. “Eles sentiram a doçura do amor no coração que realmente acolheu Deus em sua vida. Aquelas lágrimas se transformaram em gotas de luz à medida que caíram sobre suas roupas e Deus recriou os corações das duas crianças, dando coragem a elas com a presença do seu Espírito, numa época em que as crianças eram ainda menos valorizadas que hoje”, explicou.

São duas as lições de Nossa Senhora da Salete, que precisamos levar conosco, conforme Dom Fernando. A primeira se trata do pouco tempo que dedicamos ao Senhor: “Uma das crianças pergunta por que Nossa Senhora chorava e ela respondeu que suas lágrimas escorriam porque temos sete dias na semana e um só para dedicar a Deus e nem isso respeitamos”. Hoje, continuou ele, isso ainda está muito pior: “programamos passeios, churrascos com amigos, exercícios físicos, mas são poucos aqueles que tiram um momento de sua atenção para o Senhor. Portanto, foram poucas aquelas lágrimas que verteram dos olhos de Nossa Senhora”. Já a segunda, diz respeito à conversão: “Ela nos pede mudança de mentalidade, de costumes, de comportamento e que procuremos imitar em nossas vidas a própria vida de seu Filho Jesus. Então, quando a gente olha essa manifestação de Deus por meio de Maria, nós somos também questionados em nosso modo de ser e de viver”.

Testemunhos
Lázaro Simar Peixoto, de 56 anos, participa da romaria desde quando começou. Para ele é motivo de muita emoção e alimento para a fé estar ali todos os anos. Ele disse: “É uma festa muito bonita em que alimentamos nossa fé e testemunhamos o quanto as pessoas amam Nossa Senhora da Salette”, disse. Jordana Cristina Fernandes, que participa da romaria desde 2010, vem para agradecer a Nossa Senhora pelas graças alcançadas. “É gratificante estar aqui nesta romaria que nos dá forças e nos une como família cristã que agradece por tudo aquilo que Deus nos concede em nossas vidas”. Kaylane Sousa de Almeida, 15 anos, de Urutaí – Goiás, vem pela segunda vez à romaria. Ela foi conquistada pela Santa Missa rezada no Santuário a Nossa Senhora da Salete. “Gostei tanto de vir o ano passado que tive que voltar neste ano e estou muito agradecida a Deus por estar aqui. Amo essa missa no Santuário e ainda não fiz a experiência de peregrinar até aqui, mas pretendo fazê-lo no ano que vem”, declarou.

Após a celebração, foram feitos diversos pronunciamentos pelos presbíteros presentes. O reitor do Santuário agradeceu a todos pela participação e bela romaria que proporcionaram em mais um ano. O administrador diocesano, Pe. Orcalino Lopes da Silva, também fez suas considerações, agradeceu os romeiros e os presbíteros que se disponibilizaram a vir para a festa da Mãe da Salette. Inclusive o Pe. José Luiz da Silva, formador do Seminário Santa Cruz, da Arquidiocese de Goiânia – Goiás, onde a Diocese de Ipameri tem dois seminaristas. O presbítero participou da romaria e trouxe com ele todos os seminaristas para peregrinarem à Nossa Senhora da Salette. Os superiores dos Saletinos e dos Missionários da Sagrada Família também deixaram sua mensagem.

A próxima Romaria ao Santuário Diocesano de Nossa Senhora da Salete, está marcada para o dia 22 de setembro de 2019.