Criada equipe nacional de formadores das Santas Missões Populares

Um encontro realizado nos dias 5 a 8 de janeiro, na Diocese de Luziânia, teve como principal fruto a criação da equipe nacional de formadores das Santas Missões Populares (SMP) e das equipes regionais. Participaram do evento 40 missionários, de 11 estados brasileiros e 16 dioceses. Entre os presentes havia padres, religiosos, diáconos, seminaristas e três bispos: Dom Adriano Ciocca (Diocese de São Félix do Araguaia-MT); Dom Afonso Fioreze (Diocese de Luziânia); Dom Leonardo Steiner (secretário geral da CNBB e bispo auxiliar de Brasília).

O objetivo das equipes de formação é zelar e cuidar para que as Santas Missões Populares sejam fiéis à missão de Jesus nos dias de hoje. Em sua fala, Dom Leonardo declarou a importância do modelo missionária das SMP pelo protagonismo dos leigos. “Os leigos iniciaram a Igreja, pois os primeiros anúncios foram desenvolvidos por eles. A missão do leigo é anunciar Jesus e hoje estamos vivendo esse momento rico na Igreja porque as SMP dão autonomia aos leigos, ajudando-os, cada vez mais, a se engajarem na comunidade e se sentirem Igreja”.

O modelo das Santas Missões Populares, fundado pelo padre Luís Mosconi, segundo o secretário geral da CNBB, “é um trabalho que mantém a essência da missionariedade da Igreja porque vem das bases, não é imposta e com elas a Igreja está sempre em estado permanente de missão”.

Essência das SMP

O encontro também possibilitou aos participantes refletirem sobre a essência das Santas Missões Populares, tema que foi aprofundado pelo padre Luís Mosconi a partir de palavras-chaves relacionadas à dimensão missionária. “Missão é relação entre ação e mística; a mística cristã brota de uma profunda experiência trinitária (Ex. 3, 7-10); ação e mística são inseparáveis; a diferença entre mística e espiritualidade é o estilo de vida e a mística gera a espiritualidade”.

Outro tema aprofundado por Mosconi foi a formação do formador. “Formar é uma arte e leva tempo porque é um trabalho de moldura e a grandeza da pessoa é deixar-se moldar pelo oleiro (dimensão existencial e personalizada); o formando é aquele que recebe uma proposta de forma; o formador é alguém que se coloca como companheiro que ajuda a; nós somos ao mesmo tempo formador e formando e sempre seremos formandos; formação é um processo permanente e pede conversão porque é toda ação necessária para adquirir uma forma; certas formações deformam e a maior perversidade é deformar a personalidade; reformar é desenvolver uma forma; transformar é evoluir a personalidade; informar é investir todo tipo de instrumentos para formar, sobretudo para criar consciência crítica por isso o formador não pode ser ingênuo; não se vive sem forma e o papel do formador é antes de tudo ser discípulo missionário de Jesus de Nazaré hoje”.

Os nomes indicados para as equipes de formação nacional e regionais são provisórios e deverão ser consultados. No decorrer dos trabalhos as equipes receberão sugestões de como organizar o funcionamento e articulação para o desenvolvimento das iniciativas missionárias pelo Brasil.