Considerações sobre a nota do Conselho Regional de Medicina de Goiás a respeito do aborto

Neste último dia 22 de março de 2013, a Comissão Episcopal Pastoral para a Vida e a Família da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), na pessoa de Dom João Carlos Petrini, Bispo de Camaçari (BA) e Presidente da Comissão, fez algumas considerações sobre a nota do Conselho Federal de Medicina no tocante a uma proposta de descriminalização do aborto até a 12ª semana de gestação. Tais considerações tornam claras as posições de defesa da vida, tantas vezes assumida pela Igreja Católica.

Afirma a CNBB: “Nossa civilização foi construída apostando não na morte, mas na vitória sobre a morte. Por isso a Igreja criou hospitais, leprosários, casas para acolher deficientes físicos e psíquicos. Recorde-se, em época recente, a figura das Bem-aventuradas Madre Teresa de Calcutá e Irmã Dulce dos pobres, bem como os milhares de pessoas que, quotidianamente, se dedicam a defender e promover a vida humana e sua dignidade”.

Depois do comunicado do Conselho Federal de Medicina, que nos trouxe perplexa estranheza, nossa esperança de luta pela vida, recebeu novo sinal de apoio quando tomamos conhecimento da posição tomada pelo Conselho Regional de Medicina de Goiás – CREMEGO, em sua sessão plenária realizada no último dia 21 de março. O CREMEGO manifesta-se contrário ao Conselho Federal de Medicina. Esta ação do órgão representante da classe médica em Goiás sinaliza que caminhos da ética médica estão sendo refletidos em nosso Estado, deixando claro que, ao considerar a autonomia da mulher, não significa ser contra a dignidade da vida do filho. Posição que por sinal atende aos princípios da ética e que foi defendida pelo Dr. Salomão Rodrigues, presidente do CREMEGO.

Nós, os bispos do Regional Centro-Oeste da CNBB, louvamos publicamente a disposição do CREMEGO, naquilo que se refere à sua posição contrária à interrupção da gestação, pois indica que é possível abrir a análise do direito da mulher, sem deixar de lado o direito de seus filhos e que a ação médica deve sempre ser aquela que protege a vida, especialmente dos menos favorecidos.

Na esperança que nossos governantes escutem a voz do povo brasileiro e não a posição de um pequeno grupo, contrária à vida, conclamamos uma vez mais ao povo do Centro-Oeste a não ceder às manobras contra a vida e a dignidade da pessoa.

Goiânia, 27 de março de 2013

 

Dom José Luiz Majella Delgado, C.Ss.R.
Presidente
Regional Centro-Oeste da CNBB