Teve início na manhã desta quarta-feira (15) as atividades da 53ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) evento que prossegue até o próximo dia 24 e reúne mais de 400 bispos do país, em Aparecida (SP). O primeiro ato do evento foi uma missa celebrada pelo presidente da CNBB, o cardeal dom Raymundo Damasceno Assis, na Basílica Nacional de Nossa Senhora Aparecida.
Dom Damasceno, que é arcebispo de Aparecida, pediu durante a celebração, as orações dos fiéis “pelos bons frutos da assembleia”. Já na homilia, reafirmou que o encontro dará “atenção prioritária” a atualização das Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil (DGAE) para o próximo quadriênio (2015-2019), a eleição da presidência da CNBB, dos presidentes das 12 Comissões Episcopais pastorais, dos delegados da entidade para representação do Conselho Episcopal Latino-Americano (Celam) e para o Sínodo dos Bispos, marcado para outubro, no Vaticano.
O cardeal enfatizou ainda, na celebração, que as diretrizes atualizadas, auxiliarão no “processo de planejamento pastoral para as igrejas particulares e para o secretariado geral da CNBB”. O tema prioritário da 53ª AG será o Estudo 107 da CNBB, “Cristãos Leigos e Leigas na Igreja e na Sociedade”.
Liturgia da Missa
O presidente da CNBB refletiu sobre o Tempo Pascal, dando destaque à missão de Jesus na história da salvação e luz da ressurreição, “manifestação total da misericórdia salvadora, boa nova por excelência e melhor anúncio que pode ser feito”. O cardeal comentou o amor de Deus pela humanidade a ponto de doar o seu filho à morte de cruz. As palavras do início do Evangelho de hoje, levam, segundo dom Damasceno, à “compreensão do significado da missão do Filho de Deus”.
Ao recordar a experiência dos discípulos com Cristo ressuscitado, indicou a missão da Igreja. “Tendo experimentado o amor misericordioso de Deus, que enche nossa vida de luz e alegria, que nos confere o sentido para viver, anunciamos a todos a mesma graça. Não há situação que não pode ser iluminada com a luz da ressurreição. Diante do amor de Deus e sua infinita misericórdia, todos os aspectos da vida humana podem ser transfigurados, principalmente o pecado e a morte”, disse o cardeal.
Cerimônia de abertura
Em coro, os bispos cantaram “Quero uma Igreja missionária, solidária e que saiba ouvir!”, nesta manhã, durante a cerimônia de abertura dos trabalhos da 53ª AG. Participaram do momento, que teve lugar no Centro de Eventos Padre Vitor Coelho de Almeida, o prefeito da cidade de Aparecida, Antônio Marcio de Siqueira, e o reitor do Santuário Nacional, padre João Batista de Almeida, que deram as boas-vindas aos bispos.
Também presente, o núncio apostólico no Brasil, dom Giovanni d’Aniello, agradeceu o convite e a hospitalidade dos bispos, retransmitiu um abraço especial do papa Francisco e fez memória dos 50 anos da conclusão do Concílio Vaticano II e ainda a realização do Sínodo Ordinário, deste ano, sobre a Família.
Sobre o tema prioritário da assembleia, que trata dos leigos, o núncio confirmou que o cristão leigo enfrenta o mundo dando razões da sua própria esperança e enumerou os campos de apostolado dessa parcela da Igreja: “a educação, a assistência social, o progresso científico e a política”. Segundo o representante diplomático do papa, “o cristão leigo exerce uma ação apostólica que lhe é peculiar” e não um trabalho complementar ao dos ministros ordenados.
Dom Damasceno comentou que na assembleia do ano passado ficou decidido que as DGAE para o próximo quadriênio não serão inteiramente novas, mas profundamente renovadas, principalmente à luz da Encíclica Evangelii Gaudium e das palavras do papa Francisco durante a Jornada Mundial da Juventude, realizada no Rio de Janeiro, em julho de 2013.