O Santo Padre Bento XVI concluiu na manhã de hoje a sua visita apostólica ao México e Cuba. O avião com a comitiva papal aterrissou no aeroporto militar de Ciampino, em Roma, às 10h35, horário de Roma (5h35 de Brasília). O Papa foi recebido por várias autoridades, inclusive os embaixadores do México e de Cuba junto à Santa Sé, e uma mensagem de boas-vindas do Presidente da República Italiana.
“Sua elevada mensagem pastoral terá grande repercussão em meio aos povos que o receberam com tanto carinho. E também o seu fraterno encorajamento a progredir no caminho da democracia em vista de um verdadeiro progresso, inspirado nos valores da pessoa humana” – afirma Giorgio Napolitano.
O Programa Brasileiro da Rádio Vaticano contatou o Cardeal João Braz de Aviz, prefeito da Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e Sociedades de Vida Apostólica. Ele ressalta sua alegria e gratidão por este momento.
“As viagens do Santo Padre são sempre um acontecimento de muita importância. É claro, o México é uma nação de um povo muito numeroso, ao contrário de Cuba, que tem um número muito menor de pessoas, mas a reação e a presença do povo junto ao Papa foram muito fortes nas duas nações. Os mexicanos são particulares, porque já têm um espírito alegre, forte e comunicativo. A presença de Maria, que praticamente construiu a identidade nacional no México, é uma coisa impressionante. Quando estive em Cidade do México, fiquei impressionado porque é mais do que uma devoção, é uma identidade com Maria. Assim entendemos porque na história Maria ocupou o lugar mais difícil, digamos. Enquanto o Cristianismo chegou, com as armas e com a fé, Nossa Senhora veio sem armas e se pôs do lado do que estavam perdendo e perderam. Isso fez Nossa Senhora se tornar uma deles. O México tem esta característica: “Ai de nós se falarmos contra a Guadalupana”. Maria entrou no coração deles. Neste sentido, o Papa esteve numa nação cuja identidade profunda é católica, e por isso, teve uma reação muito bonita diante dele, por causa da identidade da fé. Isto sem desconhecer os problemas como a violência, a secularização, as dificuldades pela separação de pobres e ricos, mas notamos que há um húmus geral, que é tipicamente católico, e isso é muito bonito. E o Papa veio encontrar isso. Ficamos muitos felizes: é o sinal de que o Santo Padre está no coração destes povos”.
Em relação da visita do Papa a Cuba, o cardeal Aviz explicou o seu grande significado. “Bento XVI foi lá por causa de Nossa Senhora do Cobre, e muito mais. Maria é também o coração desse povo, que viveu uma época grande de provação em sua fé. De outro lado, essa abertura que está acontecendo, cada vez mais intensamente toma uma direção interessante com a presença do Papa, porque significa que este patrimônio de fé que foi construído não foi destruído totalmente, está sendo recomposto e provavelmente será a alma da reconstrução desta nação. Neste sentido, olhamos com muita esperança ao encontro direto do Papa com Fidel e as outras autoridades locais. No coração tenho uma grande alegria e gratidão por este momento”.