Nos dias 1º e 2 de março, diversos bispos do Regional Centro-Oeste estiveram na Catedral Metropolitana Nossa Senhora Auxiliadora, para rezar, se despedir e celebrar missas pelo arcebispo emérito de Goiânia, Dom Antonio Ribeiro de Oliveira, 90 anos, que faleceu no dia 28 de fevereiro, após sofrer um infarto. Durante esses dias, alguns bispos foram entrevistados e deixaram sua homenagem mensagem final ao irmão no episcopado, para que seu legado continue a frutificar sobre a sociedade e no seio da Igreja.
Dom Washington Cruz – arcebispo de Goiânia
Dom Antonio vai deixar um vazio na vida da Igreja. Ele carregava na mente e no coração toda a história de Goiás, desde 1800 até nossos dias. Dom Antonio estudou e viveu bem toda a sua vida aqui. Conhece não só a vida religiosa, mas também a vida política, social, do estado, portanto, esse será o vazio, mas que será preenchido no céu. Dom Antonio representou para nós um pai e um pastor. À medida que ia passando os anos, ia amadurecendo e passando essa paternidade espiritual que não era só para o povo, mas era para os bispos, os padres, os religiosos, religiosas. Ele era um bom pai. Não era vovô, porque ele também era capaz de dizer palavras fortes.
Dom Levi Bonatto – bispo auxiliar de Goiânia
A Igreja vai sentir o vazio, a dor e a fragilidade por perder um filho tão nobre como Dom Antonio Ribeiro de Oliveira. Mas essa dor será compensada porque ele será recebido no céu por Nossa Senhora. Para mim foi marcante, nos dois anos de convivência com Dom Antonio, vê-lo sempre rezando sozinho, aos pés do Santíssimo, na Capela de sua casa, pelas necessidades da Igreja, povo de Deus. De fato ele foi um homem de oração.
Dom José Silva Chaves – bispo emérito de Uruaçu-GO
Dom Antonio foi um grande bispo dedicado ao povo de Deus. Homem de firmeza na exposição do Evangelho, que deixou a sua marca indelével aqui em Goiás. Nós, Igreja, temos um grande sentimento por perdermos um grande colega, um grande amigo, e vamos dizer também: um grande pastor zeloso.
Dom Messias dos Reis Silveira – presidente do regional e bispo diocesano de Uruaçu
Dom Antonio Ribeiro foi um bispo de grande importância para o nosso regional. Ele participou do Concílio Vaticano II, de toda aquela reflexão que com certeza trouxe muito conhecimento e experiência para o Regional Centro-Oeste. Aqui ele exerceu o seu ministério com grande zelo. Dom Antonio é conhecido por ser o bispo da conciliação e isso é muito importante nos tempos atuais em que temos tantos desentendimentos e tantas intrigas. No episcopado, sentimos que ele foi muito querido e respeitado pelos bispos. Não há muito tempo, ele esteve lá na sede do regional presidindo uma missa para nós em que falava da importância da relação do bispo com o clero e do clero com as pessoas. Ele dizia que assim como não pode existir os galhos da árvore sem o tronco, também não pode existir o tronco sem os galhos para que os frutos possam aparecer. Nisso percebemos que a comunhão norteava a sua mentalidade e o seu ministério. Ele foi, sem dúvida alguma, um homem da comunhão. Hoje agradecemos a Deus por ter enviado este homem tão bom, tão santo, para o nosso regional, para a Igreja no Brasil, especialmente onde ele viveu boa parte de sua missão e terminou na Arquidiocese de Goiânia, portanto, agradecemos a Deus por ter enviado este dom tão especial aqui para o nosso meio. Hoje é o dia de colocar a semente na terra. Jesus disse que se o grão de trigo não cair e não morrer ele permanecerá só um grão de trigo, mas se morrer produzirá muitos frutos. Como Dom Antonio termina sua vida, ele agora desaparece do nosso meio, mas os frutos continuarão a aparecer. Ele evangelizou muito durante a sua vida, mas continuará também evangelizando após sua morte através de suas obras, das palavras e mensagens deixadas entre nós.
Dom Adair José Guimarães – bispo de Rubiataba-Mozarlândia-GO
Dom Antonio é um ícone da história da Igreja de Goiás e do Centro-Oeste. A sua partida deste mundo deixa para nós uma lacuna, um vazio muito grande porque ele incorporou e internalizou toda a história da Igreja. Das mãos dele, da mente dele, do coração dele, brotaram muitos projetos de ajuda, melhoria da Igreja no Regional Centro-Oeste, inclusive a criação de novas dioceses. Foi um homem escolhido para o episcopado ainda jovem, com 35 anos de idade e por isso teve uma folha extensa de serviços pastorais prestados à Igreja do Centro-Oeste. Dom Antonio deixa um legado muito grande do seu testemunho como um pastor, homem goiano, de linguagem goiana, jeitão goiano que soube também alcançar o coração desse povo e realizou um grande trabalho como bispo, como sacerdote e por isso, para nós, é uma grande perda. Com certeza vai ser uma recorrência permanente da parte da Igreja no Centro-Oeste para buscar nos seus ensinamentos que ficaram, no seu testemunho dado, elementos vigorosos para a continuidade da missão evangelizadora da Igreja. A Dom Antonio nossa imorredoura gratidão pelo seu testemunho de pai e pastor, de bispo, sacerdote, irmão que carinhosamente sempre estendeu as mãos para ajudar as pessoas e a Igreja e rezemos pelo descanso eterno de sua bondosa alma, que ele seja associado na glória dos santos e dos anjos para interceder por nós e por toda nossa Igreja.
Dom Guilherme Antônio Werlang – bispo de Ipameri-GO
Nosso sentimento é difícil de expressar. De um modo, sentimos a dor, o vazio, a perda, porque ele irá fazer falta para todos nós. Porque Dom Antonio, junto com Dom Gilberto Pereira Lopes, são as duas colunas mestras sobre as quais foi construída e edificada a Diocese de Ipameri, em suas duas primeiras décadas. De outro, é um sentimento de louvor a Deus, de ação de graças por tudo aquilo que Dom Antonio viveu e testemunhou com sua fé autêntica, firme, e por tudo que fez pelos mais pobres, na defesa pela justiça, então nós temos esse sentimento duplo, da falta. Mas é um sentimento também de esperança porque nós acreditamos nesse Evangelho que ele anunciou, que ele pregou, de que Jesus é a ressurreição e a vida. De que na casa do Pai existem muitas moradas e nós podemos dizer com certeza que ele já se encontra junto de Deus. Podemos rezar por ele, em sufrágio de sua alma, mas com certeza também podemos pedir pela sua intercessão por esta sua Igreja que está presente no Centro-Oeste, inclusive no Regional Norte 3 (Tocantins e norte de Goiás) que na época em que ele foi presidente do nosso regional, ainda fazia parte do Centro-Oeste. Ele é também um dos poucos padres conciliares que ainda tínhamos vivos. Tudo isso se mistura neste momento, mas nós, como Diocese de Ipameri, e certamente como Arquidiocese de Goiânia, e como Regional Centro-Oeste, entregamos a Deus aquele que de Deus nós recebemos como pastor que nos conduziu. Só podemos louvar e bendizer o Senhor tantas maravilhas que ele fez por meio de um dos mais humildes servos. Dom Antonio é sem dúvida uma das maiores personalidades já nascidas no Centro-Oeste brasileiro. É uma das luzes que brilham mais fortes e essa luz haverá de continuar a brilhar porque seu testemunho continuará vivo entre nós.
Bispos que participaram da missa das exéquias de Dom Antonio
Dom Messias dos Reis Silveira, bispo diocesano de Uruaçu
e presidente do Regional Centro-Oeste da CNBB
Dom Levi Bonatto, bispo auxiliar da Arquidiocese de Goiânia
Dom Moacir Silva Arantes, bispo auxiliar da Arquidiocese de Goiânia
Dom André de Witte, bispo diocesano de Rui Barbosa, na Bahia
Dom Antônio Fernando Brochini, bispo diocesano de Itumbiara
Dom Carmelo Scampa, bispo diocesano de São Luís de Montes Belos
Dom Eugênio Lambert Adrian Rixen, bispo diocesano de Goiás
Dom Guilherme Antônio Werlang, bispo diocesano de Ipameri
Dom João Wilk, bispo diocesano de Anápolis
Dom José Aparecido Gonçalves de Almeida, bispo auxiliar da Arquidiocese de Brasília
Dom Valdir Mamede, Bispo Auxiliar da Arquidiocese de Brasília
Dom Adair José Guimarães, bispo diocesano de Rubiataba-Mozarlândia