O XV Seminário Bíblico-Catequético do Regional Centro-Oeste da CNBB (Goiás e Distrito Federal) trouxe uma formação um tanto inovadora e curiosa para os coordenadores de catequese que participaram do evento, nos dias 7 a 9 de junho, na sede do regional, em Goiânia. O seminário sobre bibliodrama, teve assessoria da irmã Loredana Vigini, religiosa italiana, membro da Associação de Leigos Semente Viva, fundada por ela.
Segundo a religiosa, o bibliodrama trata-se de um método para adentrar de forma dinâmica na palavra de Deus de modo expressivo, animado e experiencial. “Com o bibliodrama nós entramos nos personagens da palavra, tentamos encontrar e entender qual foi o sentimento deles e ainda ver como esses personagens estão comunicando para nossas vidas”, explicou. O método possibilita ainda meditar os elementos do texto bíblico ativamente e recriá-los como imagens interiores personalizadas, relacionadas com a realidade diária.
A assessora esclareceu também que o bibliodrama não é teatro. “A dramatização bibliodramática parte de um nível muito espontâneo. Ninguém recebe um papel específico, ao contrário, as pessoas decidem escolher a parte a ser vivenciada ou os mesmos personagens. Então, qualquer um pode ser Zaqueu, ou a Samaritana, vivenciar o mesmo personagem ou pode escolher aquele que neste momento tem algo a lhe dizer e que você consegue adentrar melhor a ele”.
Para a catequese, o método é muito importante e pode colaborar muito porque o bibliodramatista ver a pessoa que conduz o encontro como um facilitador entre os catequisandos e a palavra de Deus. Ela salientou que o catequista, como se pensava no passado, não tem mais o papel de ensinar, mas de facilitar o encontro com Deus. “No primeiro momento ele deve apresentar o querigma, isto é, promover o primeiro encontro do catequisando com Jesus, portanto, o catequisando não é uma pessoa a ser preenchida de noções, mas aquele que tem que ser conduzido ao encontro”, disse. “O catequisando é uma pessoa que tem necessidades espirituais, uma história e desejo de chegar a Deus como aquela Samaritana lá no poço. Ela chegou com toda sua vida, interrogações e questionamentos, assim, o catequista tem que olhar a pessoa que chega a partir de sua vida que traz consigo para poder anunciar”, completou.
Cládia Maria da Silva, coordenadora de setor de catequese na Arquidiocese de Brasília, participou da formação e disse que o aprendizado irá ajudar os catequistas a ter um novo olhar sobre os catequisandos a partir da prática do bibliodrama. “Com esse método nos relacionamos melhor com os catequisandos porque usamos mais os sentidos e assim fixamos com mais eficiência no principal que é Jesus Cristo”, afirmou.
Padre Roger Evangelista Rodrigues, religioso estigmatino, pároco da Paróquia Nossa Senhora do Carmo, em Morrinhos (GO) – Diocese de Itumbiara – disse que o método enriquece a catequese. “Percebi que o bibliodrama pode enriquecer nossa catequese porque ele entra na dinâmica do texto bíblico e, para compreendermos melhor, é fundamental entender o texto a partir do nosso contexto”. A parte lúdica do método é outro ponto positivo, na visão do religioso. “Com o bibliodrama nós facilitamos o contato com as crianças porque para elas a parte lúdica é muito importante então, percebi que enriquece a catequese de primeira infância, mas que também pode ser utilizado na catequese de jovens, adultos e nas diversas realidades que compõem a nossa Igreja”, declarou.