Após 12 anos de pastoreio, Dom Messias despede-se da Diocese de Uruaçu

Após 12 anos de pastoreio na Diocese de Uruaçu, Dom Messias dos Reis Silveira se despediu do povo de Deus desta Igreja particular no sábado, 9 de fevereiro. A missa em ação de graças foi presidida por ele e concelebrada pelos bispos auxiliares de Brasília, Dom José Aparecido e Dom Marcony Vinícius, além do bispo de Luziânia e presidente do Regional Centro-Oeste da CNBB (Goiás e Distrito Federal) Dom Waldemar Passini Dalbello e o clero diocesano e religioso.

A celebração aconteceu na Quadra do Seminário São José, em Uruaçu. Milhares de fiéis participaram da Santa Missa que foi marcada por muitos momentos emocionantes. A trajetória do bispo foi lembrada por ele em sua homilia. “Um dia aqui cheguei, pois, a Igreja havia me confiado uma missão nesta Diocese de Uruaçu. Foi aqui neste mesmo local que naquele dia 25 de março ouvi de Dom José Chaves a palavra que me estremeceu: ‘toma, a diocese é sua’”, afirmou.

O bispo, que agora partiu em missão para a Diocese de Teófilo Otoni (MG) lembrou também palavras que ele dirigiu ao povo da Igreja de Uruaçu, há 12 anos. “Sou uma novidade para vocês e vocês são uma novidade para mim. Não tenhamos medo desta novidade, pois ela vem de Deus, é Ele quem fez com que os nossos caminhos se encontrassem. Vamos caminhar juntos olhando para o horizonte…”.

Dom Messias agradeceu pela acolhida que teve na Diocese de Uruaçu, pediu perdão a Deus e aos fiéis, religiosas e clérigos ali reunidos, pois “o perdão abre caminhos. Não posso e nem quero partir sem o perdão de Deus e de vocês”, disse. Ele também mencionou os 33 padres que ordenou durante seu ministério em Uruaçu e a vida fraterna que cultivaram juntos, desde o período de formação. “Aqui tive uma convivência agradável com os seminaristas”. Fez memória também de momentos marcantes dessa caminhada em unidade. “Aqui contei com o testemunho dos religiosos, religiosas e consagradas. Aqui iniciamos a Escola Diaconal. Aqui nos reunimos para Assembleias e avaliações diocesanas. Aqui eu vi muitos jovens ingressando no seminário. Aqui crismei milhares de jovens e adultos (muitos estão aqui hoje). Aqui eu pude pregar a Palavra de Deus, celebrar os sacramentos. Santificar. Aqui eu senti as dores e alegrias especialmente dos sacerdotes. Aqui eu acolhi as Novas Comunidades. Como Moisés aqui eu tive que entrar algumas vezes no Mar, correndo o risco de morrer junto”.

Durante sua fala, o bispo agradeceu muito a Deus pelo tempo que viveu na Diocese e disse que jamais esquecerá daquele povo que o ensinou a ser bispo. “A lembrança que deixo é a que vocês conhecem pelo meu jeito de ser e pela história que aqui vivi. Louvo a Deus pelo que foi bom e confio à misericórdia Dele, o que a minha fraqueza não deixou ser melhor. Vocês nunca serão esquecidos. Vou sentir saudades, sei que vou, pois ela é sinal de amor. Com o meu jeito de ser procurei amar. Embora não tenha amado plenamente, como deveria amar, creio que nesta história de 12 anos aqui vividos, vão ficar sinais de amor. Eu desejo que não fique a minha marca, mas as marcas de Jesus”.

Homenagens
Após a Santa Missa, diversas pessoas que conheceram e conviveram com Dom Messias, testemunharam em suas falas o aprendizado que tiveram com ele. O seu jeito simples de ser, sua paciência, carinho e profundo amor pelas coisas do alto, foram algumas das virtudes destacadas.

O cardeal Dom Sergio da Rocha, arcebispo de Brasília e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) enviou mensagem a Dom Messias, que foi lida pelo bispo auxiliar daquela Arquidiocese, Dom Marcony Vinícius. “Caríssimo Dom Messias, paz e esperança no Senhor. Não podendo estar presente nesta celebração em Uruaçu, venho transmitir o meu fraterno abraço assim como as orações e profunda gratidão da Província Eclesiástica de Brasília e da CNBB por sua presença fraterna e generosa dedicação à Diocese de Uruaçu e ao Regional Centro-Oeste ao longo desses anos. Uno-me a tantos irmãos e amigos seus que participam desta celebração, especialmente a Diocese de Uruaçu, expressão de ação de graças suplicando a Deus para conceder-lhe a recompensa por tanto bem realizado entre nós. Deus abençoe sua vida e o seu ministério episcopal, especialmente pela nova missão que está assumindo como bispo da Diocese de Teófilo Otoni. Seja feliz em sua nova missão episcopal, com as bênçãos de Deus, sob o manto de Nossa Senhora”.

Encerrou as homenagens, o presidente do Regional Centro-Oeste da CNBB, Dom Waldemar Passini Dalbello. “O senhor foi feito missionário nestas terras goianas e não somente no território de Uruaçu. O senhor se fez missionário para todo o Regional Centro-Oeste (Goiás e Distrito Federal). Muito cedo o senhor foi eleito presidente do regional. Mas o lugar que o senhor ocupou, a sua missão foi vivida pelo modo como a realizou. Aqui foram citadas as suas virtudes no pastoreio da diocese e o senhor foi missionário entre nós seus irmãos bispos. Agradeço sua acolhida. A convivência foi o valor que o senhor trouxe para nós, não só nos reunir para as decisões, mas também para estarmos juntos como irmãos. Muito obrigado, Dom Messias. O Senhor, eu diria, tem tecida em sua humanidade uma rede de virtudes. Por isso essa rede tecida no senhor pelo poder do espírito, não vai romper, mas estará sempre cheia de numerosos peixes, cheia de irmãos e irmãs. O nosso Regional Centro-Oeste é uma terra de missão e missão para todos nós, desde o catequista, desde os pais de família, até o bispo. Que essa rede de virtudes tecida em sua humanidade se torne o maior presente de sua missão, ainda que em Minas Gerais, o senhor estará em novas terras alcançando novos corações. Aliás, quando nós somos enviados, nunca mais deixamos de ser missionários. O senhor vai ser um grande missionário em Teófilo Otoni e vai levando consigo essa capacidade de acolher, conviver, sua serenidade, a bondade do seu coração, Dom Messias, que é um dom do Senhor, mas também sua grande capacidade de comunicação. Que o Senhor leve essa paz que vem de Deus aos nossos irmãos e irmãs e ao episcopado de Minas Gerais. Muito obrigado e que o bom Deus o acompanhe”.

Após as homenagens, Dom Messias agradeceu, deu a bênção final e fez um gesto de amor e carinho, convidando a todos para imitá-lo. “Chegou um momento muito especial para a Igreja. Agradeço a todos vocês que vieram acompanhar este momento. Peço que vocês realizem comigo agora um gesto estendendo as mãos imaginando-as cheias de flores, elas representam o que nós vivemos neste tempo, 12 anos. Erga esse ramalhete de flores bem alto oferecendo ao Senhor essas graças que aqui vivemos. São rosas que erguemos. Comece a espalhar essas flores, retirando as pétalas e jogando para o alto, é a nossa fé no Senhor. Tchau, fiquem com Deus. Tchau, fiquem com Deus”, despediu-se.

Por fim, o coquetel foi oferecido a todos os presentes.

Dom Messias assume a Diocese de Teófilo Otoni no próximo sábado, dia 16 de fevereiro, em missa a ser presidida por ele, às 17h, na Catedral Imaculada Conceição, na cidade de Teófilo Otoni (MG).

Leia homilia na íntegra.