O Evangelho chegou a terras goianas, como em várias partes do Brasil, trazida por missionários viajando nos lombos dos cavalos. A história da Igreja em todo o estado de Goiás, até bem pouco tempo atrás integrado também pelo hoje estado do Tocantins, registra centenas de incursões de bispos, padres, religiosos e leigos por regiões deste estado, estradas abertas pela coragem e pela esperança que alimentaram a vida e a vocação de tantos que doaram suas vidas pela formação das primeiras freguesias, vilas, lugarejos construídos sempre ao redor de uma Igreja-Matriz, formadores dos primeiros núcleos urbanos.
Padre Luiz Palacin, da Ordem dos Jesuítas, registrou em diversos livros e artigos diversos aspectos dessa história. Recorde-se também dos registros deixados pelo padre Lima e tantos outros, além de diversos historiadores e pesquisadores, oriundos das várias áreas das ciências, que se debruçaram nas análises dos documentos que hoje se encontram nas bibliotecas das universidades que aqui estão, do material cuidadosamente zelado pelo Instituto de Pesquisas e Estudos Históricos do Brasil Central, pertencente à PUC Goiás, além de outras renomadas instituições. Ler essas histórias faz-nos ver o ardoroso empenho dos bispos com seus presbíteros, bem como de incontáveis leigos e religiosos que se dedicaram na difusão da verdade cristã, na celebração dos mistérios da Fé e na ação solidária junto aos mais pobres.
Em Goiânia, querida capital do estado de Goiás, a sede Arquiepiscopal foi canonicamente fundada em 26 de março de 1956, há exatos 60 anos, por mercê do papa Pio XII através da Bula Santissima Christi Voluntas. Antes, como Diocese de Goiás, a circunscrição territorial abrangia o Tocantins e parte do Triângulo Mineiro. Antes ainda, deve-se recordar do primeiro bispo da então Diocese de Goyaz, Dom Francisco Ferreira de Azevedo, conhecido como o “bispo cego”, que chegou em 1824 na antiga capital, depois de quatro outras tentativas de nomeação que não lograram êxito. Registre-se também a presença de Dom Emanuel Gomes de Oliveira, último bispo da então Diocese, tendo pastoreado até 1955, um ano antes da criação da nossa Arquidiocese.
A Catedral Metropolitana está aí, situada no centro da cidade, como marco da história da evangelização da Capital que neste ano completa seus 83 anos desde que, em local determinado pelo Arquiteto Urbanista Atílio Correia Lima, foi lançada a pedra fundamental da cidade, com missa celebrada pelo padre Agostinho Foster e acompanhada pelo Coral do Colégio Santa Clara. Somente 2 anos mais tarde é que foi criado o município de Goiânia, por Pedro Ludovico Teixeira, e a inauguração oficial aconteceu apenas em 1942, quando foi celebrado o “batismo cultural” no Teatro Goiânia.
Obrigado a todos os leigos, religiosos, diáconos e padres que doaram e doam suas vidas pela evangelização nesta jovem cidade e seus arredores e também colaboraram para que Igreja tivesse sempre uma presença solidária e samaritana junto aos mais pobres.
Parabéns, Goiânia. Nossa Senhora Auxiliadora permaneça sempre intercedendo junto a Seu Filho por todos os que aqui habitam e cubra com seu manto de amor a todos as pessoas de boa vontade.
A todos Deus abençoe.
Dom Washington Cruz
Arcebispo Metropolitano de Goiânia