“Quero ver o direito brotar como fonte e correr a justiça qual riacho que não seca” (Am 5,24)
A Campanha da Fraternidade deste ano é ecumênica. Onde for possível, pode-se promover uma reunião com pessoas de outras Igrejas e mesmo com outras pessoas de boa vontade, sensíveis ao saneamento básico. Nas nossas comunidades há homens e mulheres preocupados com as nascentes, a preservação dos córregos, a limpeza dos rios, a poluição do ar e principalmente com os direitos e a dignidade do ser humano.
A Carta Encíclica do Papa Francisco “Laudato si” lembra que “os desertos exteriores se multiplicam no mundo, porque os desertos interiores se tornaram tão amplos” (nº 217). Não é possível cuidar da natureza se ao mesmo tempo a gente não cuida do ser humano.
A Campanha da Fraternidade nos propõe algumas pistas de ação que gostaria de lembrar:
• Conhecer a realidade de sua cidade e do seu bairro quanto ao saneamento básico;
• Participar de ações coletivas para melhorar esta realidade;
• Educar para a sustentabilidade, economizando água, separando o lixo, mantendo a quintal limpo…
• Lutar para que o saneamento básico seja realmente executado pelos poderes públicos;
• Fiscalizar as privatizações dos serviços de saneamento básico e denunciar a corrupção;
• Utilizar a água da chuva.
O Texto-Base da CFE diz ainda que “cuidar da Casa Comum é responsabilidade de todas as pessoas”. É por isso que somos desafiados a assumir esse compromisso de forma ecumênica. O cuidado com a Criação é parte integrante da justiça, da solidariedade e da fraternidade que Deus quer ver entre nós. É também um jeito de louvar e agradecer a Deus. “Unidos seremos mais eficientes, mais ouvidos, dando um testemunho mais forte e cuidando melhor do mundo e da família global que Deus nos ofereceu” (CFE nº 79).
Oxalá que esta Quaresma possa ajudar nossas comunidades a uma conversão real, não só individual, mas também comunitária. Ainda tem muita coisa a ser feita!
Boa Quaresma!
Dom Eugênio Rixen
Bispo de Goiás