Goianésia-GO, 18 de maio de 2013
Após sua preparação exaustiva, reflexões profundas e o encontro do Anúncio e da Denúncia, é chegada a hora do compromisso, de por a mão-na-massa, de ir à luta de fato.
Nesse sentido, aqui vai uma palavra de entusiasmo e estímulo: a Carta da XV Romaria da Terra e das Águas, instrumento, para que todos (as), como povo de Deus, reflitam e atuem nas suas realidades. Nela vai, o afeto, a ternura, a graça e a paz de Jesus Libertador vivenciados nesta Romaria; a experiência de fé que nos motiva e nos anima a defender o cerrado, terra sagrada e presente de Deus, a preservar a água, fonte de vida e esperança e a buscar ações sustentáveis que sejam frutos de ganhos econômicos, justiça social e defesa do meio ambiente.
Estamos na Diocese de Uruaçu, cidade de Goianésia, região do Vale de São Patrício, terra trabalhada por homens e mulheres fortes, palco que acolhe as Dioceses do Regional Centro Oeste e a CPT-GO que esteve à frente deste singular evento. Aqui nos reunimos partilhando o Pão e o Vinho e celebrando conquistas e desafios. Reforçamos o compromisso com a defesa da Terra e da Água e nossas convicções na busca de uma sociedade mais humana, cristã e sustentável.
O cerrado é terra sagrada, espaço onde brota vida, um presente de Deus para todos. Denunciamos as agressões sofridas por esse bioma: a falta de legislação forte que ofereça proteção à sua rica biodiversidade, o desmatamento desregrado quase sempre objetivando o lucro de qualquer forma e o envenenamento do solo. Por isso, reafirmamos nosso compromisso de lutar pela preservação do pouco que ainda existe desse bioma, e promover ações agroecológicas, onde as boas práticas agrícolas e de consumo sejam de fato promovidas e respeitadas.
A água, fonte de vida e esperança, recurso natural renovável, porém esgotável, que sacia a sede e dá vida à natureza. Como promotora de vida, é o grande milagre do nosso Deus Criador. Denunciamos pois, a degradação e poluição dos nossos córregos e dos nossos rios, no espaço rural e também urbano, o envenenamento de nossas nascentes, fruto da ganância do “TER”, e desprezo pelo “SER”. Dessa forma, assumimos o desafio de preservar e cuidar dos nossos aquíferos, de usar a água no nosso dia-a-dia sem desperdício, com a certeza de que ela é um recurso limitado e que seu mau uso tem consequências desastrosas.
A sustentabilidade está diretamente relacionada ao desenvolvimento econômico e material, sem agredir o meio ambiente e promovendo a cidadania. Denunciamos as ações humanas insustentáveis, que visam “o levar vantagens de qualquer forma”, usando para isto de meios que não geram cidadania plena, como: os monopólios econômicos, políticos e dos recursos naturais; a opressão, as injustiças e a negação da liberdade e dos direitos. Assumimos dessa forma, a promoção de ações sustentáveis, onde o aspecto econômico seja instrumento de geração da dignidade humana, onde exista um cuidado pleno com o Cerrado e onde a plenitude social seja uma realidade.
Terminamos nossa XV ROMARIA DA TERRA E DAS ÁGUAS com o compromisso maior de viver o exemplo de Cristo Libertador, nosso Deus encarnado na história humana. E, na atualidade, com a Palavra Divina, que nos convida e nos convoca a dizer com convicção: “VI, ENTÃO, UM NOVO CÉU E UMA NOVA TERRA”. (Ap. 22,1)
Que Maria, a romeira de Nazaré, na nossa terra com o título de Nossa Senhora da Abadia, nos abençoe como mãe e nos encoraje como líderes. AMÉM!!!
Respeitosamente,
Dom Messias dos Reis Silveira
Bispo Diocesano Coord.
Adilson Alves da SilvaExecutivo-CPT
José Mateus dos Santos
Diretor – FACEG