Bispos eméritos: a missão de alimentar os fiéis de esperança em sua caminhada

 

A missa da manhã desta sexta-feira (17), terceiro dia da 53ª Assembleia Geral da CNBB, foi dedicada aos bispos eméritos e presidida pelo bispo emérito de Palmares (PE), dom Genival Saraiva de França, e concelebrada pelos eméritos de Osasco (SP) e de Lages (SC), respectivamente, dom Ercílio Turco e dom Oneres Marchiori.

Na homilia, dom Genival recordou as perseguições sofridas por Jesus Cristo e seus discípulos. “As resistências a Jesus se revelaram de muitas formas na Palestina, notadamente por parte de homens que, embora fossem doutores do conhecimento, não tinham a mente aberta à Boa Nova”, disse. De acordo com dom Genival, a Igreja comprovadamente vem de Deus e continua sendo assistida por Ele. “Basta considerarmos em sua história o registro das constantes perseguições externas que sofrem, inclusive em nossos dias”, acrescentou.

Para o bispo, a Igreja deve ter sempre atitudes de compaixão e gestos de misericórdia como Jesus que, diante de uma grande multidão que o seguia, alimentou aproximadamente cinco mil homens. “A partir dos fenômenos da fome do mundo e de outros dramas, da globalização da indiferença, da evidência do comportamento insensível da sociedade, a Igreja tem o dever de lutar pela superação do problema da fome, que afeta milhões de pessoas, com ações que estão ao seu alcance”, ressaltou. O bispo também se lembrou das comunidades que têm multiplicado seus serviços solidários “a irmãos e irmãs que têm a mente sedenta de luz e verdade o corpo faminto de pão e justiça”.

Episcopado

O presidente da celebração recordou que existem hoje na Igreja 147 bispos eméritos. “Somos eméritos apenas em relação ao ofício de bispo diocesano. Daí o fato de continuarmos servindo o povo de Deus de muitas maneiras”, explicou. Disse que os eméritos podem, “como Jesus o fez, alimentar os fiéis com o pão de que necessitam, de esperança em sua caminhada, de escuta em sua solidão, de justiça em sua exploração, de alegria em seu êxito, de formação em sua carência, de graça sacramental em sua espiritualidade”.

Afirmou que cada bispo sabe que será emérito um dia. Porém, ressaltou que em qualquer situação e contexto, o importante é “sentir-se sempre acolhido no episcopado”.

Lembrou ainda dos bispos eméritos que por diferentes razões não puderam estar nesta Assembleia da CNBB. “Nos sentimos muito próximos afetiva e espiritualmente”, destacou. O carinho dos fiéis para com os bispos eméritos também foi citado por dom Genival. “Tratam-nos com afeto e zelo”, disse.