O episcopado brasileiro, cerca de 360 bispos, reunido de 6 a 15 de abril, em Aparecida (SP), tem a importante e difícil tarefa de refletir, durante esses dias, sobre a missão dos leigos e leigas na Igreja e na sociedade. A presidência da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), na missa de abertura da assembleia, destacou, na pessoa do seu presidente, Dom Sergio da Rocha, que “Os nossos esforços em favor da unidade da Igreja, nosso empenho pela justiça e a paz no Brasil e no mundo devem ser acompanhados de muita oração e escuta da Palavra para poder discernir os passos a serem dados e ter a força necessária para caminhar na fidelidade ao Senhor”.
A missa foi presidida por dom Sergio e concelebrada pelo arcebispo de Salvador (BA) e vice-presidente, Dom Murilo Krieger, e pelo bispo auxiliar de Brasília e secretário geral da Conferência, Dom Leonardo Steiner. Da procissão de entrada participaram os presidentes das 12 Comissões Episcopais de Pastoral CNBB.
Na coletiva de imprensa que abriu o evento, na tarde de quarta-feira (6), o arcebispo de Mariana (MG), Dom Geraldo Lyrio Rocha, destacou a importância do leigo na Igreja e, sobretudo na sociedade. “Claro que nós, os pastores, temos muito a dizer à sociedade, temos uma missão muito específica no interior da Igreja, entretanto, não podemos nos esquecer que, se é importante a presença do leigo na vida da Igreja, importantíssima é a sua presença e atuação na sociedade. E na conjuntura em que nós estamos vivendo, são os leigos e leigas que certamente vão trazer a contribuição específica dos cristãos para o nosso país”, observou Dom Geraldo.
O bispo de Campos (RJ), Dom Roberto Francisco Ferrería Paz, destacou que motivam o tema central da assembleia, o Concílio Vaticano II, que mostrou o papel do Laicato, os 25 anos da encíclica de são João Paulo II, Christifideles laici, e agora, basicamente [a exortação apostólica] Evangelii Gaudium, uma Igreja em saída. “Então, se propõe um laicato que seja sujeito, um laicato em saída e que tenha protagonismo na Igreja e na evangelização”, afirmou.
O arcebispo de Mariana também falou sobre a preparação do terceiro volume da série “Pensando o Brasil”, que abordará as eleições municipais deste ano. O texto apresenta, de acordo com dom Geraldo, como os bispos pensam o País e que contribuição podem oferecer dentro daquilo que é da competência específica da Igreja e também diz respeito direto aos pastores. Dom Roberto, que está no grupo que prepara o texto sobre as eleições, lamentou o acirramento da violência e da intolerância “bastante polarizada ou radicalizada na política, especialmente no âmbito da internet e das redes sociais”.
O texto sobre o laicato, “Cristãos leigos e leigas na Igreja e na sociedade – sal da terra e luz do mundo” (Mt 5, 13-14), que vem sendo estudado pelos bispos há três anos, será levado nesta assembleia para apreciação e votação.
Agenda
Neste segundo dia de assembleia (7), o núncio apostólico no Brasil, Dom Giovanni D’Aniello presidiu missa na Basílica Nacional de Aparecida, na qual ele acolheu os 13 novos bispos nomeados no período de maio de 2015 a março de 2016, entre eles o bispo de Jataí (GO), Dom Nélio Domingos Zortea. Durante a homilia, o bispo meditou sobre o Evangelho de João, capítulo 3, que trata do amor de Deus pela humanidade. Dom Giovanni explicou que o Pai confiou a Jesus e à Igreja a missão de anunciar o amor e a misericórdia aos povos. “Deus se inclina na nossa condição. É a grandeza da misericórdia de Deus que vem ao nosso encontro. Ele é o Pai que envia seu Filho para nos lembrar que não estamos sós, mas temos a proteção de um Deus que nos Ama. Ele foi até a cruz para nos resgatar”, refletiu.
Ainda nesta quinta-feira (7), na coletiva de imprensa são apresentados aos jornalistas um aprofundamento do tema central da AG, “Cristão leigos e leigas na Igreja e na sociedade. Sal da Terra e luz do mundo” e aspectos da análise de conjuntura político-social e eclesial.
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Informações e fotos: CNBB