4º Dia da 58ª AG: espiritualidade, mensagem do papa aos bispos, retiro

Nesta 58ª Assembleia Geral, o âmbito da espiritualidade precisou ser remodelado para o formato on-line, no qual os bispos estão distantes fisicamente, conectados pela plataforma digital Zoom. Conversamos com o bispo de Paranaguá (PR) e presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Liturgia da CNBB, Dom Edmar Peron, sobre a espiritualidade destes dias de Assembleia. Segundo ele, liturgia é encontro, por isso nada supera o que era possível na modalidade presencial.

“Minha primeira consideração é a de que liturgia é reunir-se, então, nada supera aquele momento matinal em que íamos chegando ao Santuário de Aparecida, nos reunindo para celebrar, juntos, a Eucaristia, dando assim início aos nossos trabalhos. Depois, os momentos de oração conjuntos, realizados dentro da assembleia. Também o dia de retiro e uma celebração penitencial. São todos momentos marcantes de uma assembleia presencial. Digo isto para reforçar a importância da liturgia como fonte de nossa vida espiritual”.

Sobre o retiro, Dom Edmar afirmou ser um momento precioso que ajudará a viver esse jeito extraordinário de ser Assembleia Geral dos Bispos do Brasil. “Estou certo de que nossa vida espiritual está sendo alimentada, cotidianamente, por esses pequenos momentos de oração, de espiritualidade, propostos ao longo do dia”, concluiu Dom Edmar.

Mensagem do papa
O Papa Francisco enviou uma mensagem de vídeo para o episcopado brasileiro reunido na 58ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (AG CNBB) desde a segunda-feira, 12 de abril. O Santo Padre optou por dirigir-se aos bispos do Brasil falando espanhol, razão pela qual pediu desculpas e justificou tratar-se de um idioma que argentinos e brasileiros entendem bem o “portunhol”.

Francisco estendeu carinhosamente, através dos bispos do Brasil, a mensagem também “a cada brasileiro e brasileira” e ao amado Brasil, país que em sua avaliação “enfrenta uma das provas mais difíceis de sua história”.

“Desejo, em primeiro lugar, manifestar a minha proximidade a todas as centenas de milhares de famílias que choram a perda de um ente querido. Jovens, idosos, pais e mães, médicos e voluntários, ministros sagrados, ricos e pobres: a pandemia não excluiu ninguém no seu rastro de sofrimento”, disse o chefe da Igreja Católica.

No vídeo, o Pontífice dirige uma mensagem de ânimo aos bispos brasileiros no contexto da celebração da Páscoa e da Ressurreição de Jesus Cristo. “O anúncio Pascal é um anúncio que renova a esperança nos nossos corações: não podemos dar-nos por vencidos! Como cantamos na sequência do Domingo de Páscoa: ‘Duelam forte e mais forte: é a vida que enfrenta a morte. O Rei da vida, cativo, é morto, mas reina vivo!’ Sim queridos irmãos, o mais forte está ao nosso lado! Cristo venceu! Venceu a morte! Renovemos a esperança de que a vida vencerá!”, disse.

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Retiro
No início da sessão, o arcebispo de Belo Horizonte (MG) e presidente da CNBB, Dom Walmor Oliveira de Azevedo, motivou os participantes da Assembleia a entrarem na mística do retiro. Ele ressaltou que a Igreja está no coração do mundo “para fazer brilhar a luz na presença de Cristo ressuscitado” e que isso não se faz sem uma escuta profunda: “seja sim o caminho dessa manhã para todos nós nos fortalecendo na unidade e na alegria do caminho”.

Na manhã desta quinta-feira, 15 de abril, os bispos reunidos na 58ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) participam de um retiro pregado pelo arcebispo de Boston, nos Estados Unidos, cardeal Sean Patrick O’Malley. Serão duas meditações intercaladas com momentos de oração e partilha.

Cardeal O’Malley é da Ordem dos Frades Menores Capuchinos e, atualmente, é membro da Congregação para os Instituto de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica e do Pontifício Conselho para a Família. Desde o ano passado ele havia se disponibilizado para conduzir o retiro dos bispos do Brasil e, novamente este ano, manteve seu propósito.

Meditação
O cardeal Sean O’Malley conduziu a primeira reflexão a partir da leitura de um trecho do Evangelho de São Lucas (Lc 4, 16-32), quando Jesus fez sua primeira pregação na Sinagoga de Nazaré.

“Hoje, nessa meditação, gostaria de refletir sobre o significado teológico de duas localidades do evangelho. Os evangelhos dizem-nos que a vida de Jesus começa em Belém e acaba em Jerusalém. No entanto, Jesus passa muito pouco tempo nessas duas cidades. Durante a maior parte da sua vida, Jesus viveu em Nazaré e Cafarnaum. Tanto assim que era conhecido como o Nazareno”.

Citando uma famosa frase usada nos Estados Unidos, mas também comum no Brasil, de que a pessoa pode sair do bairro, mas o bairro não sai da pessoa, o cardeal explicou a importância de Nazaré e de Cafarnaum para a identidade e o ministério de Jesus. E assim foi relacionando os primeiros anos de vida e início do ministério público de Jesus com momentos próprios da vida pastoral.

Ao refletir sobre Cafarnaum, onde estava localizada a casa de Pedro, o cardeal O’Malley pontuou que o plano pastoral dos bispos deve sublinhar a importância de comunidades que sejam de fato a família de Cristo. “A cultura do encontro e arte do acompanhamento de que tato fala o Papa Francisco, devem caracterizar nossas experiências de Cafarnaum”.

Oração pelas vítimas da pandemia
Ainda durante a manhã desta quinta-feira, o retiro contará com dois momentos de partilha e outra meditação do cardeal Sean Patrick O’Malley. Os bispos também rezam pelas vítimas da pandemia: “Nosso coração que se eleva a Deus pedindo forças no nosso ministério, nos faz lembrar de todas as ovelhas que sofrem em nossos rebanhos entre as quais as vítimas da pandemia”, motivou o bispo auxiliar do Rio de Janeiro (RJ) e secretário-geral da CNBB, dom Joel Portella Amado.

Fonte: CNBB Nacional

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