19º Encontro Diocesano das CEBs, na Diocese de Ipameri, teve reflexões e estudos sobre fraternidade e amizade social

A Diocese de Ipameri realizou no dia 26 de maio, Solenidade da Santíssima Trindade, o 19º Encontro Diocesano das Comunidades Eclesiais de Base (CEBs). O evento aconteceu no Centro Diocesano de Formação Pastoral, em Ipameri, e teve assessoria da coordenadora das CEBs do Regional Centro-Oeste da CNBB, Maria Seleida dos Santos. Participaram 183 pessoas, entre leigos, religiosas e os padres Adontino, Cezar e Marcílio (acompanhante eclesiástico para as CEBs).

O bispo diocesano, Dom José Francisco, abençoou o grupo na capela do centro de pastoral e fez uma reflexão inicial destacando que o Espírito Santo fortalece e dá segurança à caminhada da Igreja. O bispo também fez uma apresentação sobre a caminhada da Igreja ao longo da história: Igreja primitiva, reforma protestante, São Francisco de Assis e Ordem Mendicante até o Concílio Vaticano II, em 1962, com o Papa São João XXIII. “Com o Concílio Vaticano II vem a pergunta: o que fazer para envolver mais o povo? Começam então as pequenas comunidades. O povo se aproxima dos padres, das irmãs, dos irmãos, dos bispos; há ênfase no termo eclesial que significa Igreja, Igreja significa comunidade de fé, gente que está revestida da ação de Deus; as CEBs representam o rosto da Igreja”, destacou Dom José Francisco. Ele ainda citou alguns bispos que entenderam as CEBs e abraçaram o projeto.


A coordenadora das CEBs no Regional Centro-Oeste, Seleida dos Santos, falou ao grupo sobre “Amizade Social e CEBs”. Fez menção aos 60 anos da Campanha da Fraternidade no Brasil e destacou alguns pontos da vivência dessa temática nos dias atuais. Segundo ela, há predominância de indiferença, intolerância, ódio, isolamento. A CF 2024, conforme Seleida destacou, trouxe reflexões sobre aporofobia (medo dos pobres), divisão entre pobres e ricos; distanciamento dos pobres por parte da Igreja. Ela questionou como refletimos sobre isso nas comunidades. Outro destaque em sua fala foi sobre alterofobia (medo de tudo o que é do outro). “Precisamos acolher o outro, a causa do Reino é maior; vamos sair do nosso pequeno mundo e conhecer outros grupos, pois a amizade social é abrir-se para o outro, para o outro vir”, afirmou. Seleida enfatizou que amizade social implica viver em coletividade. Por fim, ela apontou que a Carta Encíclica Fratelli Tutti – sobre a fraternidade e a amizade social, do Papa Francisco, nos convoca a reconstruir relações de amizade e de paz.

Em depoimentos respondidos pelos participantes sobre os “encantamentos” que os levaram a fazer parte das Comunidades Eclesiais de Base (CEBs) as principais respostas foram as seguintes: a descoberta da Palavra de Deus; a oração cotidiana; a ligação fé e vida; o exercício da solidariedade; e a proximidade de uma Igreja que se vive na base junto aos pobres de Deus.

A Santa Missa de envio foi presidida ao final do encontro por Dom José Francisco e concelebrada pelo acompanhante eclesiástico das CEBs, Pe. Marcílio Laureano da Cruz e pelo Pe. Cezar Alves, administrador paroquial da Paróquia Bom Pastor, de Caldas Novas. O bispo proferiu palavras de ânimo e encorajamento aos participantes a fim de que continuem a missão das CEBs em suas comunidades.