11º Encontro Regional de Liturgia teve estudo aprofundado sobre o novo Missal Romano

A Comissão para a Liturgia realizou nos dias 15 a 17 de setembro, no Centro Pastoral Dom Fernando (CPDF) em Goiânia, o 11º Encontro Regional de Liturgia. O evento, que teve assessoria do Dom Marcony Vinícius, bispo responsável pela Comissão para a Liturgia e do Dom José Aparecido, bispo diocesano de Itumbiara, reuniu 150 pessoas de todas a dioceses do Regional Centro-Oeste da CNBB. Dom Aparecido fez parte da equipe de elaboração do novo Missal. O tema de estudo do encontro foi “O Missal Romano: a norma da oração é a norma da fé”.

Segundo Dom Marcony, as formações da Comissão para a Liturgia são realizadas atendendo ao pedido do Santo Padre, por meio da sua Carta Apostólica Desiderio Desideravi – sobre a formação litúrgica do povo de Deus, de que a Igreja se preocupe com a formação dos seminaristas, dos padres e dos leigos. “As formações acontecem para que possamos cada vez mais celebrar de forma digna, plena, e consciente o mistério pascal de Cristo Jesus. O Papa nos pede a realização das formações na sua Carta Apostólica Desiderio desideravi para que, tendo leigos bem formados, possamos realizar celebrações mais evangelizadoras e missionárias e assim o povo rezar mais e entender mais como participar do mistério de Cristo”, explicou.

Dom Marcony comentou que a comunidade que cresce e se alimenta da liturgia, é uma comunidade que se configura cada vez mais a Cristo. Ao ser questionado sobre as expectativas das comunidades em relação ao novo Missal Romano (terceira edição típica), o arcebispo do Ordinariado Militar do Brasil disse que a nova edição traz para nós um sentido de oração muito profundo. Ele destacou que foram resgatados alguns aspectos da oração eucarística que na época em que foi traduzido na segunda edição eram mais simples e agora com as mudanças estão mais próximas do latim, o que faz a gente rezar melhor. Os Santos são outra atualização importante. “Temos agora Nossa Senhora de Fátima, São Galvão, Santa Dulce dos Pobres, aqueles santos que são mais próximos de nós que não estavam no antigo Missal”, citou o bispo.

Alguns prefácios também tiveram atualizações. “A própria Oração da Igreja faz com a gente cresça na espiritualidade e a grande novidade é o prefácio de Santa Maria Madalena, a primeira apóstola como já era assim chamada por São João Crisóstomo no Século IV, isso tudo faz com que o povo tendo um novo Missal não esteja em posse apenas da novidade pela novidade, mas de um conteúdo para rezar mais e celebrar melhor”.

Dom José Aparecido, por sua vez, explicou porque houve necessidade de uma nova edição do Missal Romano. “A tradução anterior tinha sido feita às pressas para dar um texto em língua popular a vários países, mas os papas São João Paulo II e Bento XVI estabeleceram critérios para uma tradução mais nobre, mais elegante, mais fiel ao latim e também mais fiel à nossa língua, no caso é o português. A tradução tem que ser compreensível ao povo na qual a celebração é feita. Isso é muito importante porque algumas expressões precisam ser melhores explicitadas na língua portuguesa. Uma expressão latina traduzida ao pé da letra não necessariamente expressa aquilo que o texto quer. Era muito importante rever isso com cuidado, tanto que a tradução da terceira edição típica levou quase 18 anos para ser concluída”.

Dom Aparecido também explicou a motivação do tema proposto para a formação “Missal Romano: a norma da oração é a norma da fé”. “Isso é um princípio antigo que a Igreja sempre levou em conta de que nós rezamos aquilo que nós cremos e nós cremos aquilo que nós rezamos. A liturgia não é só um culto a Deus, mas também é catequese, ela ensina, é instrutiva ao povo de Deus. O que ela deve instruir? A fé católica. A fé que nós recebemos dos apóstolos. E São Paulo na sua Primeira Carta aos Coríntios (11) fala que aquilo que eu recebi eu transmito. Nós recebemos a fé dos apóstolos e transmitimos até que Cristo venha, a mesma fé cresce com os orantes do tempo. É muito importante que a gente sempre tenha um texto capaz de expressar a fé católica de tal modo que rezando se viva a fé”.

Mensagem final
“Vamos rezar bem, agradecer por esse trabalho que foi feito na Igreja no Brasil e pedir a Deus que sejamos fiéis”, deixou sua mensagem final Dom José Aparecido. Já Dom Marcony agradeceu a todos que se esforçaram para que o encontro acontecesse e pediu que “nosso regional cresça e que seja cada vez mais unido na fé, na celebração, na doutrina e na fraternidade.”